Programação em parceria com o Espaço Dar à Luz
PARA PARTICIPAR PREENCHA GPA FICHA DE INSCRIÇÃO

13 dezembro 2011

Comemoração pelo Dia da Doula

Convidamos vocês para celebrarmos pela primeira vez o DIA DA DOULA
 


O dia da Doula
passou a integrar o Calendário Oficial de Eventos do município de Campinas e do Estado de São Paulo e será comemorado no dia 18 de dezembro (dia de Nossa Sra. do Bom Parto) pela primeira vez em 2011
 

VEJA E MULTIPLIQUE NO SEU MUNICÍPO/ESTADO:
PROJETO DE LEI Nº 344/2011(clique)

 
Convide seus amigos!!
Divulgue!!

 Validado hoje pelas evidencias científicas a doula (e o acompanhante familiar) resgatam o acolhimento, a continência, o apoio físico e afetivo, que as mulheres se dão desde tempos milenares na hora do nascimento dos seus filhos.

 Tem-se demonstrado que o parto evolui com maior tranqüilidade e rapidez, com menos dor, complicações, necessidade de intervenções médicas, e depressão pós-parto, propiciando uma experiência bem mais gratificante, o fortalecimento da “futura” mãe, do vínculo mãe-bebê/pai-bebê, e do aleitamento materno.

 As vantagens também ocorrem para o Sistema de Saúde, que além de oferecer maior qualidade, tem uma expressiva redução nos custos, dada a diminuição das intervenções médicas, do uso de medicamentos e do tempo de internação de mães e bebês.

No mundo inteiro, cada dia mais doulas contribuem para a humanização da assistência ao parto, integrando-se em equipes de saúde da rede privada e pública (como voluntárias), apoiando mulheres na hora abençoada de dar à luz os seus bebês.

. Evidências científicas comprovam!
Ministério da Saúde reconhece!
Organização Mundial de Saúde OMS/OPAS recomendam!
Mães pais e familiares apreciam e agradecem!
 
A procura cresce! 
 
Capacitações de Doulas

Veja os fundadores do movimento das doulas

28 novembro 2011

Brasileira orienta e acalma grávidas famosas na hora no parto


http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/1012273-brasileira-orienta-e-acalma-gravidas-famosas-na-hora-no-parto.shtml
FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES 

A brasileira Ana Paula Mar-kel já viu celebridades de Hollywood por ângulos bastante distintos: correndo de carro blindado pelas ruas de Los Angeles, escondendo-se em hospitais com codinomes secretos e, finalmente, dando à luz na sala de parto, descabeladas.
Ela não é médica nem parteira. É doula, uma atividade que vem crescendo nos EUA na última década, levada pelo desejo de mães e pais de ter um apoio maior durante a gravidez e uma experiência mais agradável na hora do parto.
Com as clientes que já ajudou, como Penélope Cruz e Alanis Morissette, Ana Paula acabou conhecida como a "doula das estrelas". "A ideia é cuidar das grávidas como se eu fosse aquela amiga mais experiente", explica a paulistana de 40 anos, mãe de quatro filhos e radicada nos EUA desde 1999.
"Nosso trabalho é emocional, físico e informativo. Tiramos dúvidas e conversamos sobre as emoções e os medos de virar mãe. Na hora do parto, ajudamos nas posições, massagens e explicamos ao parceiro que aquele barulho que ela está fazendo é normal."

Modelo Michelle Alves e os filhos Oliver e Mia, cujos os partos foram auxiliados por Ana Paula Markel

A origem do nome doula vem do grego antigo para "ajudante ou escravo da mulher". Não foi traduzido nem para o inglês nem para o português. Hoje, doulas são voluntárias em hospitais do mundo todo, incluindo o Brasil, ou trabalham de forma particular.
Em geral, o serviço de uma doula começa no segundo trimestre da gravidez e, nos EUA, varia de US$ 700 a US$ 3.000 (entre R$ 1.000 e R$ 5.000). A profissional encontra o casal duas ou três vezes para conversar e fica presente durante o parto, seja cesárea ou natural, no hospital ou em casa.
CELEBRIDADES
 
Ana Paula tem oito anos de experiência e hoje também treina colegas em seu estúdio, o Bini Birth. Em uma rua tranquila no bairro de North Hollywood, o Bini Birth fica em uma sala espaçosa cheia de almofadas, sofás aconchegantes e esculturas de barro de grávidas que trouxe do Brasil.
Foi ali que a cantora Alanis Morissette se sentou com outras futuras mamães para participar de um workshop regado a sopinhas, quiches e sobremesas orgânicas. "Ficou todo mundo meio chocado quando ela chegou. Tem famosa que jamais viria a uma aula com outros casais, tem paranoia de câmera porque está gorda, acha que está feia", conta Ana Paula, lembrando a tranquilidade de Morissette, de moletom. Seu filho nasceu em dezembro de 2010.
Já Penélope Cruz "é talentosa até parindo, é incrivelmente forte", diz Ana Paula.
A lista de celebridades também inclui a atriz americana Christina Applegate, a boxeadora Laila Ali, filha de Muhammad Ali, e as modelos brasileiras Michelle Alves e Camila Alves (sem parentesco), ambas residentes de Los Angeles.
Michelle Alves narra sua experiência: "Ana Paula me guiou, ajudou a me concentrar, fez massagem nas minhas costas. Ela também me ensinou a 'empurrar' lá embaixo. É muito esquisito ter essa consciência do corpo, de qual músculo usar".
"Uma hora, depois de eu já ter empurrado muito, vi que a doula falou alguma coisa com o médico e eles resolveram me virar de lado e depois de volta. Aí dei a última empurrada e o Oliver nasceu. Foi tudo muito rápido, graças ao trabalho dela", conta Michelle, que está grávida do terceiro e vai ter a ajuda de Ana Paula novamente.

PARTO NATURAL
 
A profissão de doula vai, aos poucos, quebrando a barreira da desconfiança. Há alguns anos, havia muita resistência dos médicos em aceitá-las nos hospitais, por medo de que fossem convencer as grávidas a fazer parto natural e não cesariana, um método cirúrgico mais rápido e lucrativo para o hospital.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), um índice saudável de cesáreas num país é de apenas 15%. Nos EUA, o número orbita os 30% e, no Brasil, superou os 50% no ano passado, atingindo um dos índices mais altos do mundo.
Apesar de não ser profissão regulamentada, doulas podem ser certificadas por instituições, como a Dona International, hoje com 7.000 membros, contra 754 em 1994.
"A procura aumenta na medida em que as mulheres aprendem mais sobre as intervenções médicas e seus efeitos colaterais", diz Lori Hill, diretora de comunicação da Dona. "É provado que a presença de uma doula treinada diminui o número de intervenções não desejadas."
A americana Erica Saltiel Levin, 42, corretora de imóveis que vive em San Francisco, lembra que procurou uma profissional porque queria evitar a cesariana e ter uma pessoa para ajudá-la a lidar com enfermeiras e médicos no hospital.
"A gente sempre escuta histórias de médicos que tomam decisões baseados em seus interesses e agendas", disse Erica, que deu à luz um menino em 2009. "As mulheres querem um apoio para ter certeza de que seus desejos serão respeitados."
A brasileira Mayra Calvette, 24, uma das enfermeiras obstetras que auxiliou no parto de Gisele Bündchen, na banheira da casa da modelo em Boston, diz que é possível usar métodos naturais para aliviar a dor do parto, como se movimentar ou usar água quente.
"É também o trabalho da doula e que está integrado ao meu", conta Mayra, que hoje mora nos EUA e se prepara para viajar pelo mundo para fazer um documentário. "Vou mostrar como é o parto em diversos países. Muito do medo do parto natural vem da desinformação."

07 novembro 2011

AMAMENTAÇÃO

Hoje (07/11) o tema do encontro do Grupo de Parto Alternativo será
 AMAMENTAÇÃO
com a doula Lívia Benetti.
Você sabia que amamentar não é para ser dolorido? Se a pega do bebê for correta amamentação será prazerosa desde o 1º dia! E se você conhecer bem seu leite, o que ajuda e o que atrapalha a amamentação, você poderá desfrutar de uma amamentação tranquila e cheia de segurança!

Horário: 19h30
Rua Antônio Roge Ferreira, 33 Jardim das Palmeiras- Campinas - SP

11 outubro 2011

Programe-se e participe dos nosso encontros!

Os encontors do GPA no Espaço Dar à Luz estão sendo ótimos!!!

Vários casais têm participado das reuniões, familiares e amigos também são bem-vindos e participam diversas vezes.

Para você se programar:

1ª Segunda-feira do mês: APOIO À GESTAÇÃO
encontros coordenados pela doula Lucía Caldeyro

2ª Segunda-feira do mês: APOIO AO PARTO
encontros com a participação especial do obstetra Dr. Hugo Sabatino

3ª Segunda-feira do mês: CUIDADOS COM BEBÊ 
encontros coordenados pela doula Lucía Caldeyro

4ª Segunda-feira do mês: PÓS-PARTO
encontros com a participação especial da psicóloga Drª. Sílvia Cordeiro

Contamos ainda com depoimentos enriquecedores de casais que participavam do GPA e já viveram a experiência do parto e pós-parto!

Depoimento de Luisa e Carlos pais de Ana Clara

26 setembro 2011

10° Congresso de Medicina Perinatal - Punta del Este - Uruguay - 8 a 11 de novembro de 2011

A Associação Mundial de Medicina Perinatal tem o prazer de anunciar que seu próximo Congresso que será realizado no belíssimo balneario de Punta Del Este no Uruguai de 08 a 11 de Novembro de 2011.
 
Língua Oficial
A língua oficial é o Inglês, Haverá tradução simultânea em espanhol.
Tradução simultânea em Português sobre o número de participantes do Brasil e de Portugal.

Para saber mais sobre esse congresso CLIQUE AQUI

O Dr. Hugo Sabatino será um dos palestrantes e o pai da doula Lucía Caldeyro, Roberto Caldeyro-Barcia, será homenageado durante o congresso!

Saiba um pouco sobre quem foi Caldeyro-Barcia:
Médico e pesquisador uruguaio, pioneiro da perinatologia. A partir de 1947, Caldeyro-Barcia (1921-1996) desenvolveu métodos de registro das contrações do útero grávido e da freqüência cardíaca fetal. Descreveu as características normais e patológicas durante a gestação e durante o parto. 
Foi o responsável pela realização, no Uruguai, do primeiro tratamento útero-inibitório do mundo. Trabalhou em conjunto com Hermógenes Alvarez e outros investigadores.

As pesquisas de Roberto Caldeyro-Barcia foram reconhecidas e utilizadas mundialmente.

Foi Professor Assistente de Fisiologia, Professor Titular e Diretor do Departamento de Fisiopatologia da Faculdade de Medicina de Montevidéu.

Roberto Caldeyro-Barcia recebeu o Prêmio Bernardo A. Houssay, em 1976, por suas pesquisas em Perinatologia e pela criação do Centro Latino-Americano de Perinatologia e Desenvolvimento Humano (uma unidade da Organização Mundial da Saúde).
 
Também recebeu o Prêmio Abraham Horwitz, da Organização Panamericana de Saúde, por seu trabalho em prol da Saúde Materno-Infantil do continente.
Caldeyro-Barcia foi o único uruguaio indicado para um Prêmio Nobel.


Durante sua carreira proferiu mais de 200 conferências, publicou dois livros e mais de 300 artigos originais de pesquisa./eat
REFERÊNCIAS:
1- Saling E, Arabin B (1988): Historic landmarks of perinatal medicine in obstetrics. J Perinat Med. 16(1):5-21.
2- Capurro H, Belizán J (1998): Roberto Caldeyro-Barcia--an appreciation. Paediatr Perinat Epidemiol. 12(2):240-2.
3- Curi AB (2006): Roberto Caldeyro Barcia - el mandato de una vocación. Montevideo, Uruguay, Ed. Trilce./eat

05 setembro 2011

Depoimento: Parto Natural após cesárea desnecessária.

HOJE 19:30 DEPOIMENTO de Flávia: 
Parto Normal (Naturalissimo) após Cesárea desnecessária.
Uma experiência marcante e transformadora!!!
.
PALESTRAS GRATUITAS 
Segundas feiras (exceto feriados)  das 19h30 às 21h
.
Apoio à Gestação, Parto, Pós-Parto Cuidados com Bebê e Amamentação
Participação livre. Para casais grávidos, novos pais, familiares, gestantes, e aqueles que desejam engravidar.
.
Promovido pelo Espaço Dar á Luz em parceria com o Grupo de Parto Alternativo/GPA, com o objetivo de propiciar um espaço de encontro, troca de experiências e informações para as futuras mamães, casais e seus familiares a fim de favorecer a elaboração das principais questões que permeiam a vivencia da gestação e parto pós parto e dos cuidados com o bebê.
.
As informações passadas são baseadas nas recomendações da Organização Mundial da Saúde, nas políticas do Ministério da Saúde, na Medicina Baseada em Evidências e no saber das parteiras tradicionais, destacando-se o resgate do potencial de dar a luz de forma natural e o parto normal com o menor número de intervenções possíveis com um profundo interesse e respeito pela psico-fisiologia do parto. Temos grande carinho pela temática do vinculo mãe-bebê e pela integração do pai no processo que como a experiencia nos tem mostrado ao longo de 30 anos traz grandes beneficios para o bebê para a mulher e para ele mesmo e para a familia como um todo. 

18 julho 2011

Hugo Sabatino recebe homenagem do Ministério da Saúde


Como reconhecimento por seu trabalho em prol da humanização do parto, Hugo Sabatino, professor da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e médico do Hospital da Mulher José Aristodemo Pinotti – Caism/Unicamp recebeu em Brasília uma homenagem, em forma de diploma, do ministro da Saúde, José Gomes Temporão. A premiação foi entregue durante a III Conferência Internacional sobre Humanização do Parto e Nascimento, realizada no final de novembro.

Sabatino foi o principal idealizador da criação da Rede pela Humanização do Nascimento (Rehuna), em Campinas, em 1993, no I Encontro de Parto Humanizado (Enparh). O encontro inicial reuniu 33 pessoas, vindas de várias regiões do Brasil e comprometidas com ações na área. O objetivo era juntar forças para trabalhar pela humanização do parto e nascimento no país. Como resultado das atividades dos participantes foi divulgado um manifesto. “Nós criamos a Carta de Campinas. Isso teve uma repercussão muito grande e os participantes que representavam o país começaram a trabalhar pela humanização”, recordou Sabatino.

A atuação do professor, porém, começava 13 anos antes, quando Jailson Sanches, aluno de medicina da Unicamp e sua esposa Rubia Mitiko Fuquda, ao final da gravidez, procuraram Sabatino para que seu parto fosse natural, sem anestesia e em posição de cócoras. O casal construiu uma cadeira para facilitar a realização do parto nessa posição. Para atender a solicitação foi estabelecida a apresentação de um projeto de pesquisa na Faculdade e determinado que a cadeira deveria ser doada para que outras mulheres pudessem ter seus partos na posição vertical e desta forma contribuir com a pesquisa. O projeto foi aceito pelo professor José Aristodemo Pinotti, que na época era Chefe de Departamento de Tocoginecologia da FCM, que funcionava nas dependências da Santa Casa de Misericórdia de Campinas.

Como o método mostrou-se satisfatório, Sabatino passou a incentivá-lo e com a união de outras pessoas, foi criado o Grupo de Parto Alternativo (GPA), ligado ao Departamento de Tocoginecologia. Entre os objetivos estavam a preparação do casal, o incentivo à presença de um acompanhante na hora do parto e ao respeito dos processos fisiológicos do nascimento, além de estímulo ao fortalecimento da relação entre a mãe e o filho, por meio do contato pele a pele imediato e do aleitamento materno.

Para que o método tivesse comprovação cientifica, o professor Sabatino e pesquisadores da Unicamp empreenderam estudos para demonstrar sua eficácia. E seis anos depois do primeiro parto realizado nesta posição, o médico criou outra cadeira de parto, produzida com material de fibra de vidro. Somente nesta cadeira, cuja patente foi doada à universidade, já foram realizados mais de 2.500 partos.

Com a criação da Rehuna, os ideais defendidos pelo grupo puderam ser divulgados com maior amplitude pelos participantes. A rede, que hoje é coordenada pelo médico Marcos Leite dos Santos, reuniu 5.000 participantes em sua terceira conferência internacional. Ao longo de quase vinte anos tem conseguido cumprir metas arroladas na Carta de Campinas como a divulgação e implantação de métodos de parto humanizado e o resgate do momento do nascimento como evento de profundas consequências para mães e filhos. “A homenagem, recebida em Brasília, foi um agradecimento a esta iniciativa”, realçou Sabatino.

Fundador do Centro de Parto Alternativo da UNICAMP - CAISM 

É da Unicamp o ganhador do Prêmio Abramge de Medicina de 2007. O prêmio Abramge de Medicina deste ano, que teve por tema Parto É Normal, foi conferido ao Doutor José Hugo Sabatino, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pelo seu trabalho intitulado Análise crítica dos benefícios do parto normal em distintas posições.

A Comissão Julgadora do concurso foi presidida pelo prof. Dr. Joamel Bruno de Mello (Conselheiro do Universo da Qualidade e Professor da Faculdade de Medicina da USP e da Faculdade de Medicina de Santo Amaro) e foi composta pelos médicos Vicente Bagnolli (Professor Associado e Livre Docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), Wilson Maça Yuri Arie (Mestre e Doutor pela Faculdade de Medicina da USP e Chefe de Plantão da Casa Maternal Leonor Mendes de Barros) e Ângela Maggio da Fonseca (Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP, Professora associada do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da USP) após a análise dos trabalhos inscritos decidiu, por unanimidade, pelo seu trabalho.

Por: Talita Matias
Fotos: Antonio Scarpinetti

Parto de cócoras

O que é o parto de cócoras?

O parto de cócoras ou também denominado de parto vertical, consiste na posição que a mulher pode adotar no momento do nascimento (período expulsivo), que acontece após completar os 10 cm da dilatação do colo uterino, e quando, a mulher sente vontade de fazer força para a expulsão do feto. Esta posição é bastante utilizada pelas índias e muito pouco ou nada pelas mulheres civilizadas. Por este motivo, existem duas formas de atenuar os possíveis inconvenientes da adoção desta posição. A primeira forma consiste em realizar a partir do terceiro mês de gestação, exercícios que fortificam os músculos dos membros inferiores, além da pratica da posição de cócoras durante os seis meses restantes da gestação. A segunda, consiste em utilizar cadeiras construídas especificamente para facilitar nestas mulheres a posição de cócoras (ver figura abaixo). No mercado, existem vários modelos desde os mais simples aos mais sofisticados, porém é necessário cuidado, pois existem cadeiras, no mercado, que pretendem facilitar esta posição e não o fazem.



Como é realizado?

Na realidade, neste tipo de parto devido à posição vertical o parto é realizado em forma espontânea (natural) com pouca ou nenhuma participação da pessoa responsável pelo atendimento que deverá ajudar o recém nascido a efetuar uma saída lenta (desprendimento) para evitar lesões (desgarros) do períneo da mãe e permitir aparar a criança de forma não traumática..

Este tipo de parto respeita os mecanismos íntimos, e o processo fisiológico da parturição, pode ser realizado em qualquer local, desde que se cumpram com os mínimos conceitos de limpeza e assepsia, pode ser realizado por pessoal competente que tenha experiência em relação ao parto, em gestantes de baixo risco, sempre cuidando de respeitar a vontade da mulher e tratando de não interceder no processo normal do parto. Como exemplo, não fazer corte na vagina (episiotomia), não estimular os puxos (força do expulsivo), permitir o contato precoce (imediatamente após o nascimento) do recém nascido com a mãe (pele a pele olho a olho), entre outras atitudes que torna ao nascimento mais humano (sendo esta uma das grandes vantagens deste tipo de nascimento).

Quais as vantagens para mãe e para o bebê?
.
As principais vantagens são:

a) Para a mãe: O período expulsivo e de menor duração quando comparado a partos em outras posições (deitada ou ginecológica), menor dor no momento do expulsivo, maior satisfação após o parto (foi ela quem realiza o esforço), menor trauma perineal com melhor restituição após o parto, puerperio (período imediato após o parto) e amamentação mais precoce e efetiva;


.

b) Para o feto e recém nascido: melhor estado de saúde avaliado por testes específicos (Teste de Apgar e medidas de gases na sangue dos vasos umbilicais).
Estas vantagens estão associadas aos seguintes fatores: ajuda natural da força da gravidade, aumento em mais de 28% da área do canal do parto o que permite ter para o feto um espaço mais folgado para nascer, melhor aproveitamento das forças de expulsão e menor pressão no canal do parto (vagina) . Melhor circulação sanguínea na região do útero e da placenta permitindo um desempenho maior tanto das contrações uterinas, como da saúde do feto. Todos estes fatores em forma individual são vantajosos tanto para a mãe como para o feto, quando estão somados as vantagens, são ainda maiores.

Quais os riscos para a mãe e para o bebê?

Não se tem encontrado riscos, tanto para a mãe como para o feto em mais de 2.000 partos realizados em nossa instituição, em gestações de baixo risco (sem patologias).
.
Existe sim, um fator físico importante, já que a mãe deverá participar ativamente do parto tanto pela posição vertical (cócoras), como pelo esforço que deverá realizar após várias horas de trabalho de parto, às vezes sem dormir a noite anterior.


Nesse tipo de parto o pai da criança pode participar?

Neste tipo de parto, é de grande importância que a parturiente esteja acompanhada , seja pelo pai da criança como de um familiar , amiga ou mesmo de uma Doula (pessoa de confiança da grávida, especializada em acompanhar em forma física (carinhos, massagens) ou psíquica (palavras de alento e conforto), ou ambas.

Toda mulher está apta a ter seus filhos através do parto de cócoras?

Toda mulher que se prepara (fisicamente e psiquicamente) para o parto de cócoras esta apta para esse tipo de parto. Em nossa experiência ,70% das mulheres que nos procuraram conseguiram ter o parto nessa posição.
As outras, tiveram um inconveniente médico como, criança muito grande, posição do feto inadequada (distósia), ou mesmo um sofrimento do feto de causa desconhecida o que nos obrigou a realizar a terminação do parto através de fórceps ou por cesárea. Tivemos, somente, 10% de casos em que as mulheres desistiram da posição por causa de dor intensa durante o período de dilatação. Estes casos, hoje, estão sendo minimizados pela utilização de uma anestesia especializada, denominada de baixas doses, o que permite colocar a mulher em posição de cócoras.

Existe uma preparação para o parto?

Em nosso grupo estamos utilizando em forma pioneira no mundo, os benefícios de um método denominado de “Resiliência” com excelentes resultados, e com 70% de casos bem sucedidos, como já foi colocado acima.


Existe algum tipo de anestesia?

Sim, existe uma anestesia desenvolvida em nossa maternidade para partos em posição de cócoras, aonde a mulher pode caminhar todo o tempo que tem essa anestesia, e posteriormente ter o parto em posição de cócoras. Essa anestesia utiliza o método da peridural (colocação de um cateter no espaço peridural), porém com a utilização de uma droga analgésica (fentanil ou similar) com uma dose muito reduzida de anestésico (bupivacaina), com grandes vantagens de obter um estado analgésico efetivo com preservação da atividade motora dos membros inferiores, situação impossível de obter com as anestesias peridurais convencionais que obriga a mulher que a utiliza, a adotar impreterivelmente a posição horizontal, e ou ginecológica (litotomía), no momento do parto, por falta de condições para estar de pé.

Hugo Sabatino é Médico Obstetra; Professor Adjunto do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp; Coordenador do Grupo de Parto Alternativo desde o ano de 1980.

15 julho 2011

A devida atenção ao parto de baixo risco - Setembro de 2006


(...) O seminário de dois dias em Madri discutiu quatro temas. No primeiro deles – “Perspectivas na educação para a saúde do casal” – foram analisados fatos importantes sobre acontecimentos pré-históricos e históricos do nascimento, ressaltando o que denominamos de “resgate das formas de nascer”. Tenta-se valorizar condutas de antigamente que, por perspectivas erradas, deixaram de ser adotadas. Como por exemplo, a posição vertical da mulher no momento do parto (cócoras), modificada para horizontal (ginecológica); a permissão da presença do acompanhante no momento do parto, em especial da figura paterna; ou mesmo a permissão dos partos domiciliares em casos de baixo risco, com pessoal devidamente treinado, como foi a experiência do professor Galba Araújo em Fortaleza. Apresentamos a nossa experiência com a utilização da “resiliência” na preparação psicológica e física para a maternidade dos casais. O presidente da  Sociedade Espanhola de Ginecologia e Obstetrícia (Sego), por sua vez, falou sobre a nova perspectiva para realizar o seguimento pré-natal nas mulheres em Espanha.

Resposta do Dr. Hugo Sabatino ao Cremerj - 2009

Resposta do Dr. Hugo Sabatino ao polêmico artigo ARTIGO “CESARIANA: A Polêmica das Taxas”, escrito por Raphael da Câmara Medeiros Parente (Médico do Ministério da Saúde - HSE; Doutor em Ginecologia - UNIFESP; Mestre em Epidemiologia - UERJ) e publicado no Jornal do CREMERJ - ABRIL 2009 - páginas 8 e 9.

"Atualmente, há uma forte campanha governamental a favor da humanização do parto e do parto vaginal. "

RESPOSTA
Esta informação é no mínimo incompleta e tendenciosa, já que as intervenções do governo Brasileiro para redução da cesárea começaram em 1979 com o pagamento igual de honorários médicos no parto vaginal e de cesárea do INAMPS. Continuando nos anos subseqüentes até nossos dias, pelo tanto esta campanha está cumprindo 30 anos, intensificada na era do atual Governador José Serra, quando ele era ministro da Saúde.

"Este conceito de humanização, há muito distorcido, é usado para retirar substancialmente o médico do atendimento obstétrico. Para isto, são divulgadas informações erradas e levianas de que os médicos são menos “humanizados“ que outros profissionais de saúde, que são os únicos responsáveis por altas taxas de cesariana com o objetivo único de preservar sua rotina e aumentar seus ganhos e que não respeitam a autonomia e o desejo das mulheres pelo parto vaginal. Vem sendo dito, inclusive, que o médico não sabe mais realizar um parto vaginal, dando a entender que esta capacidade somente é dominada pelas parteiras, enfermeiros, obstetrizes etc."

RESPOSTA:
De fato o conceito de humanização é frequentemente interpretado em forma distorcida, inclusive pelo responsável deste documento, ao qual estou respondendo. Em várias publicações de nosso grupo na Universidade de Campinas, temos identificado, em casos de baixo risco, os seguintes pilares da Humanização: A) Respeito aos processos fisiológicos da Gestação, parto, puerpério e amamentação materna; B) Participação multiprofissional e interdisciplinares; e C) Respeito as costumes regionais e individuais do casal . Sem a presença destes três pilares não pode ser considerada a atenção ao nascimento de baixo risco, como humana. O problema é complexo porém bem claro para não abrir mão destes pilares. Realizar a finalização de uma gestação de baixo risco, mediante uma cesárea, sem causa médica que a justifique, ainda que esta seja a pedido da gestante (as indicações médicas estão identificadas claramente em todos os livros da especialidade), é uma conduta médica que não respeita os processos fisiológicos do trabalho de parto, parto e nascimento, por este motivo o procedimento cirúrgico realizado de forma desnecessária, deixa de ser um procedimento natural, humano ou fisiológico. Esta situação está bem explicada em todos os livros de texto da especialidade. Aquele profissional que não respeita este principio se coloca por em cima de este processo normal natural (humano), tentando com esta atitude superar este processo fisiológico, delicado, e bastante complexo que envolve qualidade de vida de duas pessoas e de uma família, Seria como pretender modificar fenômenos naturais como a saída do sol ou de um entardecer. O que podemos sim é participar ou assistir a esses fenômenos para sua contemplação com uma boa companhia, porém o que não podemos, ainda que sejamos profissionais competentes e inteligentes de ser capaz e melhorar esse processo. Em relação a querer melhorar o fenômeno do nascimento através de uma cesárea estou colocando a foto e comentário a este respeito, do eminente e respeitado Prof. Dr. Bussâmara Neme, matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo do dia 15 de Fevereiro deste ano. Pelo tanto aqueles médicos que realizam este procedimentos seguramente são menos humanos que aqueles que respeitam o processo fisiológico do nascimento em casos normais, e esta não é uma definição leviana e sim fundamentada na fisiologia do processo. O prestigioso pesquisador Holandês Pieter Eric Treffers (1996), na Guia de Maternidade Segura da OMS, nos informa que: “A Obstetrícia deve acompanhar a fisiologia. Intervenções cirúrgicas devem prevenir ou corrigir patologias e não aperfeiçoar a fisiologia”. Por outro lado todos os livros de cirurgia colocam a operação cesáreas como sendo “cirurgia de alto risco”, devido a que o cirurgião deve invadir o peritônio, aumentando com isto os riscos durante e após a cirurgia, sendo que no caso das cesáreas este risco se estende também a próximas gestações como o demonstram os estudos de Clark (1985). Fig. 2 Estes dados demonstram claramente que desde o ponto de vista dos riscos as mulheres que são submetidas a cesáreas desnecessárias estarão sendo colocadas (sem causa) em próximas gestações a riscos que aumentam significativamente a padecer de um acretismo placentário, o que pode de fato ser muito difícil de corrigir, colocando a vida da mulher em um grupo de maior chance de morte (lamentavelmente esta informação não e transmitida as mulheres que solicitam cesáreas desnecessárias). Esta atitude de sonegar informação esta em conflito com o juramento Hipocratico que diz “Primeiro não fazer dano” (Primum non noccere).

"Para solucionar este problema, foi criado pela USP um curso de obstetrícia. Vocês leram bem: um curso de obstetrícia! Após quatro anos, o formando está apto a fazer partos vaginais. Este curso não tem nada a ver com a enfermagem. A primeira turma forma-se neste ano de 2008. O curso está vinculado à Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Espera-se com isto resolver a falta de formação médica para o parto vaginal.
Não se deixem enganar! Tudo isto somente é difundido, e muito eficazmente, com o intuito de diminuir custos para os gestores e para favorecer determinadas categorias profissionais que vêm cada vez mais tentando tomar espaço dos médicos.
Louve-se o trabalho que vem sendo realizado pelo Professor Ricardo Oliveira, Conselheiro do CREMERJ, que mobilizou obstetras da FEBRASGO e que agora tem enfrentado a questão junto ao CFM, ANS e MS.
O grande problema é que os médicos, durante muito tempo, deitaram em “berço esplêndido”, achando que nada aconteceria com eles e permitiram que vários argumentos infundados passassem a ter status de verdade absoluta, tornando atualmente a defesa deles como politicamente incorreta. Ou tomamos uma atitude agora ou não demorará o dia em que o médico será proibido de realizar um parto vaginal, restando para ele tão somente a cesariana de emergência e todas as suas implicações legais."

RESPOSTA:
Estes conceitos eminentemente protecionistas da profissão, não tem nada a ver do que realmente é melhor para a Mãe e seu Filho independentemente de quem atende o parto.
Por outro lado podemos concluir que aquele médico que tem medo de ser substituído por uma parteira, mereceria ser substituído, já que para humanizar o atendimento ao parto assinalamos que deve ser multidiciplinario, e trabalhar em equipe para o bem do binômio mãe - filho.
A forma de o médico trabalhar em conjunto ou em parceria com as parteiras e realizada na maioria dos países que tem formas de atendimentos a população com grande benefícios tanto para a Mãe, seu filho e a própria sociedade (tenho em meu poder uma extensa bibliografia que certifica esta afirmação e a coloco a disposição, incluindo o último livro eletrônico publicado em 2007 sobre atenção ao nascimento de baixo risco).

"A primeira questão que deve ser combatida refere-se aos supostos malefícios da cesariana. Baseado nisto é que as políticas de saúde combatem o médico. Ele passa a ser o vilão do sistema por ser o único que pode realizar a cesariana. Se houver uma desqualificação da cesariana, torna-se mais fácil desqualificar o médico. Para este objetivo, “armam-se” de dados e de estudos enviesados e, principalmente, de informações falsas. Cometem a maior leviandade que é a de associar a mortalidade materna com altas taxas de cesariana, dando a entender mais uma vez que o médico é o responsável pelas mortes de nossas mulheres."

RESPOSTA:
A prática de cesárea com diagnostico médico correto, é uma das formas mais efetivas e humanas de poupar vidas maternas e perinatais, existem um numero grande de trabalhos que o demonstram. Este aspecto do atendimento em casos de risco tanto para a mãe como para o seu filho não entra em esta discussão (existe abundante bibliografia ao respeito). O que este documento mais uma vez trata de confundir, misturando as cesáreas realizadas com indicação médica (com risco) com as cesáreas sem indicação médica (sem risco ou desnecessárias). Existem dados que mostram que uma mulher com cesárea desnecessária tem sete vezes mais risco de morrer quando comparada a partos vaginais. E tem aproximadamente 35 vezes mais chance de ter uma complicação durante, após a cesárea e em partos subseqüentes. (os trabalhos que certificam, estes dados estão em meu poder).
Acaba de sair uma publicação aonde se demonstram aumento da incidência de complicações de endometriosse após a realização de cesáreas bem sucedidas.
Por outro lado este senhor não coloca trabalhos que certifiquem o contrario, ou seja que mostrem as verdadeira vantagem (que não sejam econômicas) para a mãe e seu filho quando a finalização da gestação e realizada a través de uma cesárea desnecessária.

"Mortalidade materna não tem nada a ver com taxas de cesariana e sim com condições de saúde que faltam no nosso país por recursos insuficientes e pela corrupção endêmica. Entidades governamentais, em sua campanha pela redução de cesarianas ditas desnecessárias, relatam dados que são absolutamente enviesados e manipulados, dando a entender que a cesariana é muito mais perigosa que o parto vaginal. Isto não é verdade."

RESPOSTA:
Neste ponto novamente o citado Sr. trata de confundir com comentários tendenciosos ao misturar políticas de saúde com aumento das complicações das cesáreas desnecessárias que se realizam numa classe social privilegiada, aumentando com isto custos de atenção que poderiam ser utilizados para melhorar essa políticas de saúde em classes sociais menos privilegiadas.
Temos dados científicos (estão em meu poder), realizados por pesquisadores de renome e por Instituições internacionais (OMS) que demonstram a associação maior de mortes materna em casos de cesáreas desnecessárias, ignorar estes dados e no mínimo irresponsabilidade profissional.

"Como exemplo, temos que foi divulgado que fetos nascidos entre 36 e 38 semanas têm 120 vezes mais chances de desenvolver problemas respiratórios que aqueles que nascem com 40 semanas. Além de não ser dada a fonte deste número absurdo, deixa-se entender que a cesariana é a responsável por isto e não o motivo que levou à cesariana.
Repete-se à exaustão que o parto vaginal é mais seguro para a mãe e o bebê, só que não há evidências indubitáveis disto. A questão passou a ser tão complexa que, só em discordar desta afirmação, o médico torna-se politicamente incorreto. Relata-se que hemorragia e infecções no pós-parto são mais comuns na cesariana e alguns estudos mostram exatamente o contrário. Provavelmente, alguns, ao lerem esta informação, vão até se espantar, mas isto é resultado desta desinformação que vários setores vêm realizando de forma sistemática."

RESPOSTA:
Este senhor dá informações sem citar as fontes, motivo pelo qual não é possível manter um dialogo científico e sim uma mera transmissão de informações supostamente favorecedoras de uma conduta no mínimo anti-natural. Por outro lado podemos apresentar inúmeros trabalhos que mostram os malefícios de cirurgias mal sucedidas em casos de gestações de baixo risco, porem não temos trabalhos que nos mostrem o contrario, ou seja os benefícios (que não sejam econômicos) de cesáreas desnecessárias.
Não é verdade que as cesáreas tem menos infecções e menos hemorragias. Em casos das infecções lembrar que o cirurgião de uma operação cesárea, tem que invadir peritoneo (membrana que protege ao organismo exatamente desta possibilidade), situação que esta preservada em um parto natural.

"O governo reiteradamente afirma que outra causa destas altas taxas de cesariana ocorre por comodidade dos médicos e por estes convencerem as gestantes a realizarem a cesariana. Sem dúvida, podemos afirmar que vários destes fatos ocorrem por causa dos formuladores de políticas de saúde não terem qualquer trato com a realidade obstétrica, mas sim somente com estudos e com metas a serem traçadas. Prova disto é a total falta de importância a duas grandes questões que bastante influenciam as altas taxas de cesariana: processos judiciais, o que leva a uma medicina defensiva, e a violência das grandes cidades que leva a um temor de assistência a partos no turno da noite. Ao mesmo tempo, esquecem ou não sabem que várias das cesarianas são solicitadas (quando não exigidas sob violência) por gestantes e/ou familiares. Somado a todos estes fatores, temos ainda a superlotação dos hospitais com impossibilidade de correto acompanhamento dos partos pela falta de profissionais."

RESPOSTA:
Aquele profissional que coloca em risco a seguridade de seu paciente com medo de uma ação judicial o por medo de sair de noite, não deveria exercer a profissão de parteiro e sim de uma profissão que ofereça a segurança que ele pretende. Deixando para profissionais preparado(a)s, que realizem o atendimento do nascimento com segurança, sem necessidade de cirurgias perigosas.

"A meta da OMS de 15% de cesarianas é citada constantemente por todos os gestores e propagadores do parto vaginal, mas não dizem que ela foi traçada há mais de 20 anos baseada em taxas de países com baixa mortalidade materna. Se fosse traçada baseada nos mesmos parâmetros, atualmente, seria maior.
Esta meta foi traçada em 1985, na ensolarada Fortaleza, belíssima capital do Ceará, por cerca de 50 pessoas que incluíam enfermeiras, parteiras, obstetras, pediatras, epidemiologistas, sociólogos, psicólogos, economistas, administradores de saúde, mães, donas de casa, etc. Baseados, exclusivamente, no fato de que os países da época que tinham as menores razões de mortalidade materna terem taxas de cesariana próximas a 10%, arbitraram que nenhum país deveria ter taxa maior que 15%. E desde então, esta taxa é propagada aos quatro cantos, esquecendo-se que, atualmente, todos os países tiveram aumento em suas taxas de cesariana, não havendo mais praticamente nenhum dentre aqueles que têm as menores taxas de mortalidade que atinjam estes valores. Sabe-se que populações de alto risco necessitam de taxas maiores, mas isto não é levado em conta.
Estudo recente, que dá uma luz nesta questão, avaliou taxas de cesariana de 119 países dividindo-os por baixa, média e alta renda. Demonstrou que entre aqueles de baixa renda, quanto menos cesariana, pior a mortalidade neonatal, e entre aqueles de alta renda, quanto mais cesariana, menor a mortalidade neonatal (Althabe et al., 2006). Os resultados foram estatisticamente significativos."

RESPOSTA:
Esta associação realizada em forma simplista, mais uma vez trata de confundir, já que a mortalidade tanto materna como perinatal esta associada a um numero grande de variáveis e não somente a incidência de cesáreas, principalmente em classes sociais menos privilegiadas. Mesma situação em classes privilegiadas aonde historicamente as complicações são menores não pela realização de cesáreas e sim pela condição social. Estudos apresentados no Simpósio Internacional sobre Cesáreas realizado em Campinas em 2002 deixam claro esta situação com demonstração em vários trabalhos da associação de aumento de cesáreas e aumento de risco materno e perinatal.

"O mesmo ocorreu em relação à mortalidade materna nos países de baixa renda. Nos de média e alta renda, não foi encontrada nenhuma associação. Este estudo, se bem analisado, sugere que estas taxas atuais que os governos propagam podem não ser as mais adequadas. No mínimo, necessita-se de uma nova discussão sobre este tema."

RESPOSTA:
Este senhor ignora que nos anos 1982 e 2002 foram realizadas na Cidade de Campinas (SP) dois Simpósios Internacionais para tratar destes temas aonde foram referendadas as cifras de incidência de cesáreas as taxas de mortes maternas e as complicações das mesmas em casos de cesáreas de baixo risco, estas conclusões estão em meu poder e as coloco a disposição.

"Questão que, para nós brasileiros, não pode ser desprezada é a heterogeneidade de nosso país que engloba áreas compatíveis com as mais desenvolvidas do mundo e outras similares aos países mais pobres do planeta.
Casas de parto são tratadas como solução dos problemas para redução de cesarianas e da mortalidade materna. Tentam passar a idéia de que elas são muito seguras, o atendimento é humanizado, já que não é realizado por médicos, e as vontades da gestante são atendidas, como a presença de um acompanhante. O que não dizem é que quase não há partos nelas, há presença de vários profissionais para cada gestante e que, mesmo assim, pelas não são seguras.
Não há estudo que ateste a segurança das casas de parto. Mais grave que isto é o movimento crescente a favor do parto domiciliar. Como grande vantagem deste sistema de parto, temos o gasto nulo para o governo. Obviamente, que isto em tese, porque as complicações desta política terão que ser arcadas no futuro. A grande questão é que o evento mortalidade materna é raro e compensa para o gestor assumir o risco."

RESPOSTA:
Novamente estamos frente a informação tendenciosa e com conhecimento incompleto sobre o tema. As casas de partos apresentam cifras de atenção ao parto e segurança satisfatórias, a não presencia do médico se deve a proibição de Instituições corporativistas. Este senhor ignora os trabalhos do eminente Obstetra já falecido Prof. Galba Araújo, com cifras de mortalidade materna e perinatal menores as obtidas no Estado de Ceara, com atendimento de partos simplificado e por parteiras tradicionais. Caso se interesse por este magnífico trabalho que percorre o mundo a través da Fundação Kellog, encontra se no livro Medicina Perinatal da editora da Unicamp de Campinas (SP).
Por outro lado um 15% dos partos realizados em Brasil são atendidos por parteiras tradicionais em locais de difícil aceso e em regiões aonde não existe atenção médica institucional.

"O objetivo deste texto é mostrar dados que estão sendo divulgados erroneamente pelos defensores da gradativa retirada do médico da assistência obstétrica, usando para isto a necessidade da queda das taxas de cesariana, e mostrar evidências contrárias ao que é divulgado para o início de um debate não maniqueísta em que o médico não seja o vilão. Por outro lado, temos que defender o direito daquela gestante que deseja o parto vaginal, tê-lo com a máxima segurança, caso possível. Para isto, o foco não deve ser a redução de custos (embora em saúde o custo seja um importante fator que não se pode deixar de levar em conta), mas sim o de realizar o acompanhamento do trabalho de parto e o parto vaginal com segurança.
Indefensável neste ponto é o fato de vários colegas médicos “inventarem” diagnósticos para realizarem a cesariana. Sabemos que isto ocorre por impossibilidade de se escrever o real motivo que seria o pedido materno. Portanto, esforços devem ser feitos para legalizar a entidade da cesariana por pedido materno."

RESPOSTA:
Estas manifestações são tendenciosas, arbitrarias e inverídicas já que existem enumeráveis casos de mulheres grávidas sem risco que procuram cada vez mais locais e médicos ou mesmo parteiras que tem como norma o parto natural, devido a que seus médicos falam abertamente que não realizam esse tipo de atendimento e sim propõem abertamente uma cesárea desnecessária. Para confirmar estes argumento e possível acessar os links na internet que tratam destes temas tanto no Brasil como no mundo todo.

"Como comprovação do que escrevemos, gostaríamos de apresentar alguns trechos extraídos do livro da Agência Nacional de Saúde (ANS) lançado em 2008: “O modelo de atenção obstétrica no setor de saúde suplementar no Brasil: cenários e perspectivas”. Este livro aborda vários aspectos da assistência obstétrica com o claro objetivo de alavancar o parto vaginal, usando-se de estudos vários de conceituadas revistas científicas. O grande problema é que a análise dos resultados é, muitas vezes, feita de forma equivocada, levando o leitor a falsas interpretações:
• ...assim os médicos se opuseram à intervenção das parteiras, alegando ser a gravidez uma doença que requer o tratamento de um verdadeiro médico.
• Estabelece-se então um modelo médico de assistência à gestação e ao parto que trata o corpo da mulher como uma máquina defeituosa, baseado numa série de crenças, idéias e maneiras de pensar próprias de toda uma categoria de profissionais, constituindo o que poderíamos chamar de modelo médico de saúde.
• Os serviços de obstetrícia submetem as mulheres a uma série de rotinas que constituem um rito de passagem para a maternidade: separação das pessoas “normais” que continuam suas vidas fora do hospital, ficar a cargo de instâncias que estão fora de seu controle, realização de investigação e exames que envolvem a exploração de suas partes mais íntimas por homens desconhecidos e sujeição a métodos inquietantes e muitas vezes dolorosos os quais ela não deve recusar porque são feitos “para o bem do bebê”. Somente após estes ritos de isolamento e humilhação, a sociedade a reabilita como mãe. • O incremento da cesariana é claramente responsável pelos péssimos resultados obstétricos.
• “Se quisermos mudar a humanidade, temos que mudar a forma de nascermos”.

Estes trechos são emblemáticos e mostra muito bem como a questão do parto está sendo tratada. Com argumentos sofistas, falsas evidências e manipulação de resultados científicos. Nós, médicos, devemos nos preocupar em assistir ao parto e a oferecer o que há de mais seguro na manutenção da saúde integral da mulher: o direito de ser atendida no momento mais belo de sua vida por pessoas qualificadas para este momento tão sublime, com todo o carinho e atenção, mas também preparadas para resolver qualquer intercorrência que pode tirar dela, inclusive, a vida."

RESPOSTA:
Esta última frase do autor coloca em evidência todo o referido anteriormente, já que o médico deve estar preparado para corrigir “intercorrências” e não para realizar condutas que a podem aumentar como é o caso de realizar sem causa médica, cirurgias de alta complexidade e passíveis de provocar inúmeras complicações.
Podemos concluir que o parto por via vaginal em gestações de baixo risco e o mais seguro (não existem evidencia científicas do contrario) e que as cesáreas desnecessárias devem ser evitadas por vários motivos algum deles estão colocados resumidamente a continuação:
• MAIOR MORTALIDADE MATERNA
• MAIOR MORBIDADE DURANTE E APÓS O PARTO
• MAIOR RISCO EM GESTAÇÕES POSTERIORES
• MAIOR MOLESTIAS PÓS OPERATÓRIA
• RECUPERAÇÃO MAIS LENTA QUE O PARTO VAGINAL
• AMAMENTAÇÃO RETARDADA
• ANTECEDENTES OBSTETRICOS DESFAVORAVEIS
• MAIOR COSTOS

CONCLUSÃO:
1.- A Obstetrícia assiste a dois pacientes, e um deles não pode manifestar seus desejos
2.- Não temos evidência de que a cesárea seja mais segura que o parto vaginal.
3.- Os riscos das cesáreas estão muito diminuídos e não devemos duvidar em recorrer a ela si fosse necessário
4.- Porem não parece lícito recorrer a ela sem indicação contrariando as leis da fisiologia
5.- Como se justifica se surge um problema no caso de cesárea sem indicação médica?
6.- Somente uma correta informação servirá para esclarecer as duvidas.

Para certificar estas conclusões estamos colocando frases celebres colocadas por pesquisadores de ambos sexos que tense destacado sobre este tema:

MARSDEM WAGNER
“A CESAREA DESNECESSÁREA É O SIMBOLO DA DESHUMANIZAÇÃO DO PARTO”

MIRANDA DODWELL
“SE FAZEMOS ACREDITAR AS MULHERES QUE A CESÁREAS É MAIS SEGURA, CERTAMENTA A PEDIRÃO”

SUSAN BEWLEY
“AS MULHERES TEM LOGRADO, NA ÚLTIMA CENTURIA, IMPRESIONANTES ÉXITOS HACIA SUA INDEPENDENCIA, POREM TEM PERDIDO CONFIANÇA NO SEU CORPO. E SEUS TEMORES CONDUCEM A CESÁREAS ELETIVAS, QUE CERTAMENTE NÃO E A SOLUÇÃO ADEQUADA”

ESTHER VILELA
“DEVEMOS TRANSFORMAR A RELAÇÃO DO PODER EM RELAÇÃO SOLIDARIA”

Para finalizar concluímos estas respostas com as seguintes afirmações:
“DEVEMOS TRANSFORMAR AS AMBIÇÕES DO METODO DE PARTO CONVENCIONAL, O PESADELO DAS CESÁREAS DESNECESÁRIAS. EM UMA REALIDADE DO PARTO HUMANIZADO”

Para maiores informações sobre as vantagens do parto natural ver Trabalho ganhador do premio da ABRAMGE em 2007 e do livro: Atención al Nacimiento Humanizado – Basado en Evidencias Científicas Campinas (SP), 2007 (em Espanhol)

Dr. Hugo Sabatino

10 julho 2011

Resgate das Formas de Nascer



  • HUGO SABATINO
    MÉDICO, PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE TOCOGINECOLOGIA FCM - UNICAMP
  • VERÔNICA SABATINO
    ARQUITETA, ALUNA DE PÓS GRADUAÇÃO DA UNICAMP
  • Contato: sabatino@caism.unicamp.br


1 - INTRODUÇÃO:
A prática da obstetrícia (atenção de casais grávidos), requer a participação da ciência (para realizar diagnóstico correto) e da arte (para realizar tratamento adequado). Por este motivo é pertinente a observação do famoso historiador Auguste Comte, que diz: "Não se deve praticar uma ciência a menos que se conheça sua historia".

Tratar de conhecer as formas do nascer através da História, permite-nos percorrer caminhos com grandes avanços e alguns retrocessos, quando consideramos resultados de estatísticas vitais (hoje morrem significativamente menos mulheres e recém-nascidos que na Antigüidade); porém existem na atualidade importantes diferenças regionais (culturais) em países com economias menos favorecidas, onde ainda persistem retrocessos não solucionados. Segundo informação de Chuck Raasch (analista político do GNS/USA Today). Uma mulher na Nigéria possui a probabilidade 600 vezes maior de morrer durante o parto do que outra na Suécia.

Na América Latina, países com menos poder econômico como Cuba apresentam três vezes e meio (3,5) menos mortes maternas e três vezes (3,0) menos mortes perinatais que no Brasil, que tem maior poder econômico (Dados da OMS, publicados na revista Tema, fevereiro 1999). Avanços tecnológicos levam a melhorar o conhecimento de processos fisiológicos, assim como a aprimorar diagnóstico e tratamento corretos dos desvios da normalidade. A obstetrícia de hoje tem maior chance do que o resultado do nascimento seja mais seguro do que na Antigüidade.

Existem evidências de que o abuso ou mau uso da tecnologia pode ser motivo de resultados perinatais menos favorecidos. Por exemplo, o controle monitorizado de um parto de baixo risco (sem patologias) aumenta significativamente a instrumentalização desnecessária (uso de drogas, fórceps, cesáreas, entre outros) desse nascimento. O abuso de cesáreas desnecessárias (sem indicação médica ou por diagnóstico errado) aumenta as complicações intra e pós-operatórias, além de ter maior complicação em partos posteriores. Aumenta a incidência de morte materna, assim como o risco de resultado perinatal inadequado (em Simpósio de Cesáreas, Campinas, 2002).

Estas e outras observações similares acontecidas durante a evolução histórica dos acontecimentos mais relevantes do nascimento, estimularam-nos a realizar levantamento dos fatos, avanços e retrocessos acontecidos através do tempo, apresentados de forma resumida e amadora para que sejam imitados quando a evidência mostra benefícios, e eliminados prontamente quando não são dignos de imitar.

Desta forma, pretendemos magnificar o beneficio de condutas adequadas para nossas futuras mães e recém-nascidos. Quem sabe seja esta uma das maneiras de melhorar o desempenho do nascimento, para diminuir a violência existente em nossa sociedade, resgatando as formas de nascer de sociedades antigas e menos violentas (A Anistia Internacional, através da revista ÉPOCA de outubro/2003, traz a informação de que uma pessoa morre no mundo a cada minuto, vítima da violência armada).

Os fatos aqui apresentados fazem parte do curso de extensão que o Grupo de Parto Alternativo da Unicamp oferece em sistema on line a pessoas ou grupos da área da saúde. Para maiores informações, consultar o site:www.extecamp.unicamp.br/parto_alternativo

Para uma apresentação ordenada, dividimos o tema seguindo a clássica separação entre Pré-história e História. Esta última em Antiga, Medieval, Moderna e Contemporânea.

Como era a forma de nascer em cada um desses períodos?. 


2.- Pré-Historia
Como é de se supor, existem poucos documentos que certificam a forma de nascer nos períodos Paleolítico Inferior e Superior, Neolítico e Idade dos Metais. As hipóteses sobre os primeiros nascimentos, descritas pela Bíblia e outros, não serão comentadas, deixando ao leitor a liberdade de procurar suas próprias respostas desses primórdios. Limitaremo-nos a apresentar dados de trabalhos publicados de achados antropológicos, que nos ajudam a responder, ainda que em parte, a pergunta acima realizada (Muitos dos dados apresentados foram obtidos de José Jobson de A. Arruda; História Antiga e Medieval . Editora Ática - 1990 e de Victor Hugo de Melo; Evolução Histórica da Obstetrícia. Tese de Mestrado Dep. Ginec. Obst. FCM UFMG - 1983).


2.1.- Paleolítico Inferior: (Antiga idade da pedra 500.000 A 30.000 aC); Era do Gelo. Aparece o homus erectus, Neanderthal, de hábitos nômades, com habitação em cavernas, alimentação eminentemente herbívora. Descoberta do fogo. Esboço de sistema social. Acasalamento típico. Matriarcado (as mulheres pertenciam à comunidade, desconhecendo o verdadeiro pai das crianças). Por este motivo o nascimento era isolado e sem nenhum tipo de ajuda. Similar ao que acontece na atualidade em algumas tribos da África e Amazonas, no Brasil.


Índia da África tendoo parto sem ajuda. Segundo Liselotte Kuntner - 1983
A mesma índia vista de costas com o recém nascido  seus pés. Segundo Liselotte Kuntner -1983
2.2.- Paleolítico Superior: (Quarta glaciação, 30.000 a 18.000 aC). Aparece o homus sapiens, Cromagnon, de hábitos sedentários, atirador de dardos, alimentação carnívora. Sistema social mais complexo. Inicio da linguagem, da arte (cavernas de Altamira). Acasalamento. Patriarcado (as mulheres começam a ter parceiro fixo), ritos funerários e magia. O parto começa a ser assistido por magos, familiares ou parteiras. Aparece a couvade (descanso e presentes para o pai).

2.3.- Neolítico: (Idade da Pedra - 18.000 a 5.000 aC); Diversos grupos dispersos na Turquia e Irá. Os grandes animais recuam. Domesticação de animais pequenos. Agricultura. Teares simples. Barcos. Vida urbana. Os nascimentos começaram a ser atendidos por parteira ou pelo marido


Peça arqueológica mais antiga tendo o parto em posição de cócoras. Encontrada em escavações em Catal Hüyük na Turkia Central.
De 6.500 a 5.700 aC. Museu arqueológico de Ankara


2.4.- Idade dos Metais: (5.000 a 4.000 aC); Grupos no Egito e Grécia. Trabalhos com cobre, estanho, bronze e ferro ao final. Avanços da agricultura, transporte e industria. Aparece a escrita. Vida Urbana estratificada e Rural. Estado e Religião como Instituições. Nascimentos atendidos por parteiras nas cidades e na zona rural pelo marido, que tinha experiência em atender partos nos animais. Alguns métodos alternativos para atender partos e facilitar o nascimento na posição vertical.


3.- HISTÓRIA

3.1.- ANTIGA: (4.000 aC a século V). Como acontecimento relevante, este período tem as civilizações Oriental e Grega e termina com a invasão Bárbara e a queda do Império Romano. Os nascimentos eram realizados por parteiras empíricas com a parturiente em posição vertical, apoiada em tijolos, ou mesmo no colo do marido ou de pessoas da comunidade treinadas para isto (boas de colo), em domicilio.


Mulher na Pérsia tendo o parto apoiada em três tijolos


3.2.- MEDIEVAL: (século V a século XV). Como acontecimento relevante temos o feudalismo na Europa. Este período termina com a queda de Constantinopla (turcos) e o término da guerra dos 100 anos (Inglaterra e França). Os nascimentos eram realizados por parteiras regulamentadas, com a parturiente em posição vertical e colocada em cadeiras previamente fabricadas e em domicilio.


Modelos de cadeiras de partos de várias regiões da Europa e América

3.3.- MODERNA: (século XV a século XVIII). Como acontecimento relevante, temos a onda revolucionária na Europa. Este período termina com a Revolução Francesa para alguns e com o Descobrimento da América para outros. Os nascimentos eram realizados por parteiras com instrução e por médicos (sendo que a mulher atendida por homem perdia cinco virtudes: pudor, pureza, fidelidade, bom exemplo e espírito de sacrifício). Aparecem os primeiros livros de obstetrícia. As parturientes sempre em posição vertical ou de cócoras, apoiadas em bancos, tamboretes e cadeiras sofisticadas em domicílio.

3.4.- CONTEMPORÁNEA: (século XVIII até nossos dias). Neste período houve muitos acontecimentos relevantes. As várias guerras acontecidas, principalmente as mundiais, permitiram avanços tecnológicos para facilitar a morte do inimigo. Muitos destes avanços são hoje utilizados pela medicina. Os nascimentos começam a ser atendidos por médicos obstetras em Instituições denominadas de Maternidades, para diminuir as mortes ocorridas no período puerperal.



Cadeira de Bolochi (Itália) para atender partos com a mulher em posição horizontal (1871)



Os partos começaram a ser realizados com a mulher em posição horizontal, em cadeiras especialmente construídas (posição de litotomia).


Cadeira de parto convencional, utilizada na grande maioriadas maternidades, com a mulher em posição horizontal (Litotomia).


As parteiras foram oficializadas e atendiam também na zona rural. Surgem neste período a grande ajuda da anestesia e, para evitar os efeitos secundários desta, os métodos psicoprofiláticos. Posteriormente surge a Neonatologia, para dar atenção médica ao recém-nascido. Estes avanços, como o descobrimento das transfusões sanguíneas e os antibióticos, permitiram dar maior seguridade às mulheres e aos seus filhos. Na década do 50 foram publicados na Inglaterra os primeiros resultados estatísticos dos casos de alto, médio e baixo riscos gestacionais, permitindo com isto separar as mulheres grávidas com maior chance de ter problema na hora do parto. Simultaneamente nos EEUU surgem as primeiras publicações questionando a posição horizontal para atender o parto (efeito da gravedade), confirmadas posteriormente por outros pesquisadores dentro e fora do país. Na década de 80, inspirado nas observações de Paciornick de partos nas reservas indígenas de Curitiva e de Galba Araújo, no Ceará.

Coleção de cadeiras utilizadas por parteiras no Ceará,
para atender partos em posição vertical.

Surge em Campinas o Grupo de Parto Alternativo, hoje com mais de 1.000 partos atendidos em posição de cócoras (vertical).

Método postulado em Campinas em 1980, para atender partos em posição de cócoras (Resgate das formas de nascer).


Em 17 de outubro de 1993 surge a "Carta de Campinas", apoiando a humanização do nascimento e formando a primeira organização não governamental do gênero, denominada Rede de Humanização do Nascimento (REHUNA), com representação atual em varias cidades do Brasil. Hoje contamos com outras instituições similares, destacando a recém-formada "Alma Mater" com sede também em Campinas. Estas Instituições, junto a portarias do Ministério da Saúde, estão lutando para diminuir o intervencionismo desnecessário nos casos de gestações de baixo risco (80% dos casos, segundo dados da OMS), permitindo com isto o resgate das formas de nascer

Ciclo evolutivo das formas de nascer desde a pré-história até nossos dias. Observamos que após transcorridos mais de 8.000 anos a posição da mulher está sendo resgatada.